Os naufragos de Bandalheira Infernal naufragam no asfalto, nos apartamentos de classe média, no trânsito corrosivo das metrópoles, nos morros e florestas da paisagem mágica do Rio de Janeiro, e vivem sempre perseguindo as suas próprias sombras e por elas continuamente sendo perseguidos. Cada quebrada, cada esquina, é a esquina do medo: o medo permanente e neurótico do inesperado, do incerto, do inseguro. O medo, enfim, de si mesmos, se sôfregos penitentes e derradeiros personagens de um mundo que rolou ladeira abaixo... Um filme experimental, sem história, sem roteiro, sem sinopse, guiado apenas, durante os sete dias de suas filmagens, pelo sentimento da vida opressiva, paranóica e obsessiva dos perseguidos. Uma metáfora sobre o conflito ideológico-político passado entre a ação e o pensamento repressivo da direita predadora e cruel, contra uma esquerda neurótica, autofágica e confusa. Um filme sobre a perseguição, a repressão e a desumanização do povo brasileiro.